Era uma vez uma baratinha que varria
o salão quando, de repente, encontrou uma moedinha:
- Oba! Agora fiquei rica, e já posso
me casar!
Este era o maior sonho da Dona
Baratinha, que queria muito fazer tudo como tinha visto no cinema:
Então, colocou uma fita no cabelo,
guardou o dinheiro na caixinha, e foi para a janela cantar:
- Quem quer casar com a Dona
Baratinha, que tem fita no cabelo e dinheiro na caixinha?
Um ratinho muito interesseiro estava
passando por ali, e ficou imaginando o grande tesouro que a baratinha
devia ter encontrado para cantar assim tão feliz.
Tentou muito chamar sua atenção e
dizer: "Eu quero! Eu quero!" Mas ele era muito pequeno e tinha a voz
muito fraquinha e, enquanto cantava, Dona Baratinha nem ouviu. Então chegou o , com seu latido
forte, foi logo dizendo: - Eu quero! Au! Au! Mas, Dona Baratinha se assustou muito
com o barulhão dele, e disse:
- Não, não, não, não quero você não,
você faz muito barulhão! E o cachorrão foi embora.
O ratinho pensou: agora é minha vez!
Mas...
- Eu quero, disse o elefante.
Dona Baratinha, com medo que aquele
animal fizesse muito barulho, pediu que ele mostrasse como fazia. E ele mostrou:
- Não, não, não, não quero você não,
você faz muito barulhão!
E o elefante foi embora.
O ratinho pensou novamente:
"Agora é a minha vez!", mas...
Outro animal já ia dizendo bem alto:
"Eu quero! Eu quero!"
E Dona Baratinha perguntou:
- Como é o seu barulho?
- GRRR!
- Não, não, não, não quero você não,
você faz muito barulhão!
E vieram então vários outros animais:
o rinoceronte, o leão, o papagaio, a onça, o tigre ... A todos Dona Baratinha
disse não: ela tinha muito medo de barulho forte.
E continuou a cantar na janela:
- Quem quer casar com a Dona
Baratinha, que tem fita no cabelo e dinheiro na caixinha?
Também veio o urso, o cavalo, o galo,
o touro, o bode, o lobo, ... nem sei quantos mais.
A todos Dona Baratinha disse não.
Já estava quase desistindo de
encontrar aquele com quem iria se casar. Foi então que percebeu alguém pulando,
exausto de tanto gritar: "Eu quero! Eu quero!"
- Ah! Achei alguém de quem eu não
tenho medo! E é tão bonitinho! - disse a Dona Baratinha. Enfim, podemos nos
casar! Então, preparou a festa de casamento
mais bonita, com novas roupas, enfeites e, principalmente, comidas. Essa era a parte que o Ratinho mais
esperava: a comida. O cheiro maravilhoso do feijão que
cozinhava na panela deixava o Ratinho quase louco de fome. Ele esperava,
esperava, e nada de chegar a hora de comer. Já estava ficando verde de fome! Quando o cozinheiro saiu um pouquinho
de dentro da cozinha, o Ratinho não aguentou:
- Vou dar só uma provadinha na
beirada da panela, pegar só um pedacinho de carne do feijão, e ninguém vai
notar nada... Que bobo! A panela de feijão quente
era muito perigosa, e o Ratinho guloso não devia ter subido lá: caiu dentro da
panela de feijão, e nunca mais voltou.
Dona Baratinha ficou muito triste que
seu casamento tenha acabado assim. No dia seguinte, decidiu voltar à
janela novamente e recomeçar a cantar, mas... Desta vez iria prestar mais atenção
em tudo o que era importante para ela, além do barulhão, é claro!
- Quem quer casar com a Dona
Baratinha, que tem fita no cabelo e dinheiro na caixinha?